A culpabilidade como pressuposto do ilícito penal

considerações sobre a dissolução das fronteiras entre o ilícito e a culpabilidade

Autores

  • Wagner Marteleto Filho

DOI:

https://doi.org/10.46274/1809-192XRICP2022v7n2p285-317

Palavras-chave:

ilícito, culpabilidade, dissolução, erro, participação

Resumo

O presente artigo pretende colocar em causa a correção normativa da separação estrita entre o ilícito e a culpabilidade. Analisam-se os argumentos que postulam dita separação, especialmente os apoiados: a) na perspectiva do ofendido e de seu direito de defesa perante um ilícito não-culpável; b) na necessidade de punição do partícipe de um fato típico e ilícito (o que não seria alcançado com um ilícito intrinsecamente culpável) e c) na necessidade de se assegurar um objeto de referência objetivo para o erro de proibição. De seguida, com apoio em premissas nomoteoréticas (= somente pode questionar a norma quem possui competência para fazê-lo; as extensões da norma de comportamento e da norma de garantia são distintas etc) e, sobretudo, com vista na função específica do Direito Penal (considerada, aqui, como a proteção da norma e a reação face à negativa de sua validade), sustenta-se que há boas razões para a dissolução das fronteiras entre o ilícito e a culpabilidade, com consequências particularmente relevantes ao plano do dolo e do erro, que passam a ser examinados conforme ao princípio da responsabilidade.

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Publicado

21-11-2022

Como Citar

MARTELETO FILHO, W. A culpabilidade como pressuposto do ilícito penal: considerações sobre a dissolução das fronteiras entre o ilícito e a culpabilidade. Revista do Instituto de Ciências Penais, Belo Horizonte, v. 7, n. 2, p. 285–317, 2022. DOI: 10.46274/1809-192XRICP2022v7n2p285-317. Disponível em: https://ricp.org.br/index.php/revista/article/view/129. Acesso em: 22 dez. 2024.

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Seção

Artigos