Considerações sobre a proibição de regresso

o problema do comportamento prévio negligente e do resultado dolosamente provocado por terceiro

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.46274/1809-192XRICP2024v9n1p91-115

Palabras clave:

proibição de regresso, imputação, ruptura da relação causal, autor, partícipe, conceito restritivo, autonomia

Resumen

O presente artigo investiga as bases da teoria da proibição de regresso, em suas versões clássica e contemporânea. Examina-se a possibilidade de se imputar, a título de culpa, um resultado dolosamente provocado por terceiro, em conexão com o primeiro comportamento que tenha criado um risco proibido. São analisadas as três principais concepções, a saber, a teoria da ruptura da relação de imputação (que aplica a proibição de regresso), a teoria da relação adequada de imputação e a teoria da área de responsabilidade delimitada (que – ambas – rejeitam
a proibição de regresso), e apresentada uma proposta de solução, vinculada ao conceito restritivo de autor e ao princípio da autonomia.

Citas

ALFLEN, Pablo Rodrigo. Teoria do domínio do fato. São Paulo: Saraiva, 2014.

BAR, Carl Ludwig von, Gesetz und Schuld in Strafrecht. Fragen des geltenden deutschen Strafrechts und seiner Reform. Berlin: J. Gutentag, 1907.

BATISTA, Nilo. Concurso de agentes. Uma investigação sobre os problemas da autoria e participação no Direito Penal brasileiro. 4. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008.

BELING, Ernst von. Grundzüge des Strafrechts. 5. Auflage. Tübingen: Mohr Siebeck, 1919.

BRUNO, Aníbal. Direito penal: parte geral. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, t. II, 1959.

BURGSTALLER, Manfred. Das Fahrlässigkeitsdelikt im Strafrecht. Wien: Manz, 1974.

CAMARGO, Beatriz Corrêa. A teoria do concurso de pessoas. Uma investigação analítico-estrutural a partir da controvérsia sobre o conceito de instigação. São Paulo: Marcial Pons, 2018.

D’AVILA, Fabio roberto. Crime culposo e a teoria da imputação objetiva. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001.

FRANK, Reinhard. Das Strafgesetzbuch für das Deutsche Reich nebst dem Einführungsgesetze. Tübingen: J.C.B. Mohr, 1908.

FREUND, Georg. Strafrecht. Allgemeiner Teil: Personale Straftatlehre. 2. Auflage. Berlin: Springer, 2009.

FRISCH, Wolfgang. Tatbestandsmässiges Verhalten und Zurechnung des Erfolgs. Heidelberg: Müller, Jur. Verlag, 1988.

FRISCH, Wolfgang. Zur objektiven Zurechnungslehre: Erfolgsgeschichte und Irrwege: Zugleich ein Beitrag zur Revisionsbedürftigkeit des Straftatsystems. JuristenZeitung, [s.l.], v. 77, n. 22, p. 971-980, 2022. (= Sobre a teoria da imputação objetiva: uma história de sucesso e equívocos – Ao mesmo tempo, uma contribuição à necessidade de revisão do sistema do fato punível. Tradução: João Pedro Ayrosa. Revista do Instituto de Ciências Penais, Belo Horizonte, v. 9, n. 1, p. 1-36, 2024. DOI: 10.46274/1809-192XRICP2024v9n1p1-36.)

FRISTER, Helmut. Strafrecht: Allgemeiner Teil. 7. Auflage. München: C.H. Beck, 2015.

GALVÃO, Fernando A. Direito penal: parte geral. Rio de Janeiro: Impetus, 2004.

GRECO, Luís; TEIXEIRA, Adriano. Autoria como realização do tipo: uma introdução à ideia de domínio do fato como fundamento central da autoria no direito penal brasileiro. In: GRECO, Luís; LEITE, Alaor; TEIXEIRA, Adriano; ASSIS, Augusto. Autoria como domínio do fato. Estudos introdutórios sobre o concurso de pessoas no direito penal brasileiro. São Paulo: Marcial Pons, 2014, p. 47-80.

HEINRICH, Bernd. Strafrecht. Allgemeiner Teil. 6. Auflage. Stuttgart: Kohlhammer, 2019.

JESCHECK, Hans-Heinrich; WEIGEND, Thomas. Lehrbuch des Strafrechts. Allgemeiner Teil. 5. Auflage. Berlin: Duncker & Humblot, 1996. (= Tratado de derecho penal: parte general. 5. ed. Tradução: Miguel Olmedo Cardenete. Granada: Comares, 2002).

HILLENKAMP, Thomas; CORNELIUS, Kai. 32 Probleme aus dem Strafrecht Allgemeiner Teil. 15. Auflage. München: Vahlen, 2017.

HRUSCHKA, Joachim. Regreßverbot, Anstiftungsbegriff und die Konsequenzen. Zeitschrift für die Gesamte Strafrechtswissenschaft, Berlin, v. 110, n. 3, p. 581-610, 1998. DOI: 10.1515/zstw.1998.110.3.581. (= Prohibición de regreso y concepto de inducción. Consecuencias. Tradução: Pablo Sánchez-Ostiz. Revista de Derecho penal y Criminología (2ª época), [s.l.], n. 5, p. 189-220, 2000.)

JAKOBS, Günther. Regreßverbot beim Erfolgsdelikt. Zugleich eine Untersuchung zum Grund der strafrechtlichen Haftung für Begehung. Belin. Zeitschrift für die Gesamte Strafrechtswissenschaft, Berlin, v. 89, p.1-35, 1977. DOI: 10.1515/zstw.1977.89.1.1. (= La prohibición de regreso en los delitos de resultado. Tradução: Manuel Cancio Meliá. In: JAKOBS, Günther. Moderna dogmática penal. Estudios compilados. México, D.F.: Porruá, 2006. p. 349-387.)

JAKOBS, Günther. Strafrecht. Allgemeiner Teil. Die Grundlagen und die Zurechnungslehre. 2. Auflage. Berlin: De Gruyter, 1991. (= Derecho penal. Parte general: Fundamentos y teoría de la imputación. Tradução: José Luís Serrano Gonzáles de Murillo e Joaquín Cuello Contreras. Madrid: Marcial Pons, 1997.)

JOERDEN, Jan. Die Struktur der mittelbaren Täterschaft. In: PAEFFGEN, Hans-Ulrich (Hrsg.). Strafrechtswissenschaft als Analyse und Konstruktion. Festschrift für Ingeborg Puppe zum 70. Geburtstag. Berlin: Duncker & Humblot, 2001. p. 563-580.

KINDHÄUSER, Urs. Strafrecht. Allgemeiner Teil. 6. Auflage. Baden-Baden: Nomos, 2013.

KREY, Volker; ESSER, Robert. Strafrecht. Allgemeiner Teil. 5. Aufl. Stuttgart: Kohlhammer, 2012.

KRETSCHMER, Joachim. Die Nichteheliche Lebensgemeinschaft in ihren strafrechtlichen und strafprozessualen. Juristische Ausbildung, Berlin, n. 2, p. 265-271, 2008.

KÖHLER, Michael. Strafrecht. Allgemeiner Teil. Berlin: Springer, 1997.

KÜHL, Kristian. Strafrecht. Allgemeiner Teil. 7. Auflage. München: Vahlen, 2012.

LAMPE, Ernst-Joachim. Täterschaft bei fahrlässiger Straftat. Zeitschrift für die Gesamte Strafrechtswissenschaft, Berlin, v. 71, n. 4, p. 579-616, 1959. DOI: 10.1515/zstw.1959.71.4.579.

LISZT, Franz von. Lehrbuch des Deutschen Strafrechts. 13. Auflage. Berlin: De Gruyter, 1903.

MACHADO, Renato Martins. Do concurso de pessoas. Belo Horizonte: D’Plácido, 2015.

MAYER, Helmut. Strafrecht. Allgemeiner Teil. Stuttgart: Kohlhammer, 1967.

MARTELETO FILHO, Wagner. Coautoria e autoria mediata negligentes: “Cada uma falha por si”? De Legibus, Lisboa, n. 2, p. 85-109, 2021. DOI: 10.24140/dlb.vi2.7847.

MENDES, Paulo de Sousa. Causalidade complexa e prova penal. Coimbra: Almedina, 2018.

MORÃO, Helena, Problemas de comparticipação negligente no exercício da medicina em equipa. – A propósito do acórdão da relação de Lisboa de 6 de julho de 2009, processo n.6172/06. 3DLSB-3. Anatomia do Crime, Lisboa, n. 2, p. 130-145, 2016.

MOURA, Bruno de Oliveira. A conduta prévia e a culpa na comparticipação. Lisboa: Âncora, 2022.

NAUCKE, Wolfgang. Über das Regreßverbot im Strafrecht. Zeitschrift für die Gesamte Strafrechtswissenschaft, Berlin, v. 76, n. 3, p. 409-440, 1964. DOI: 10.1515/zstw.1964.76.3.409.

NOLTENIUS, Bettina. Kriterien der Abgrenzung von Anstiftung und mittelbarer Täterschaft. Ein Beitrag auf der Grundlage einer personalen Handlungslehre. Berlin: Peter Lang, 2003.

OTTO, Harro. Grundkurs Strafrecht. Allgemmeine Strafrechteslehre. 7. Auflage. Berlin: De Gruyter, 2004.

PUPPE, Ingeborg. Vor §13. In: KINDHÄUSER, Urs (Hrsg.). Nomos Kommmentar zum Strafgesetzbuch. 4. Auflage. Baden-Baden: Nomos 2013.

PUPPE, Ingeborg. Strafrecht. Allgemeiner Teil im Spiegel der Rechtsprechung. 3. Auflage. Baden-Baden: Nomos, 2016.

RENZIKOWSKI, Joachim. Restriktiver Täterbegriff und fahrlässige Beteiligung. Tübingen: J.C.B. Mohr, 1997.

RENZIKOWSKI, Joachim. Ist psychische Kausalität dem Begriff nach möglich? In: PAEFFGEN, Hans-Ulrich (Hrsg.). Strafrechtswissenschaft als Analyse und Konstruktion. Festschrift für Ingeborg Puppe zum 70. Geburtstag. Berlin: Duncker & Humblot, 2001. p. 201-216.

ROCHA, Ronan. A relação de causalidade no direito penal. Belo Horizonte: D’Plácido, 2017.

ROSSETTO, Luiz Henrique Cavalheiro. A proibição de regresso enquanto elemento de imputação objetiva: uma análise da discussão doutrinária relativa à punibilidade das chamadas “ações neutras”. 2021. Dissertação (Mestrado em direito) – Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2021. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2136/tde-21072022-101419/pt-br.php. Acesso em: 18 jun. 2024.

ROXIN, Claus. Bemerkungen zum Regressverbot. In: JESCHECK, Hans-Heinrich; VOGLER, Theo (Hrsg.). Festschrift für Herbert Tröndle zum 70. Geburtstag am 24. August 1989. Berlin: De Gruyter, 1989. p.177-200. (= Observaciones sobre la prohibición de regreso. Tradução: Marcelo A. Sancinetti. Cuadernos de Doctrina y Jurisprudencia Penal, Buenos Aires, v. 3, n. 6, p. 19-44, 1997.)

ROXIN, Claus. Täterschaft und Tatherrschaft. 10. Auflage. Berlin: De Gruyter, 2019.

ROXIN, Claus. GRECO, Luís. Strafrecht: Allgemeinner Teil. Grundlagen. Der Aufbau der Verbrechenslehre. 5. Auflage. München: C.H. Beck, v. I, 2020.

SCHILD, Wolfgang. Vor §25. In: KINDHÄUSER, Urs (Hrsg.). Nomos Kommmentar zum Strafgesetzbuch. 4. Auflage. Baden-Baden: Nomos 2013.

SCHUMANN, Heribert. Strafrechtliches Handlungsunrecht und das Prinzip der Selbstverantwortung der Anderen. Tübingen: Mohr Siebeck, 1986.

SILVA, Ângelo Roberto Ilha da. Teoria geral do crime. 3. ed. Belo Horizonte: De Plácido, 2024.

SOUZA, Luciano Anderson de. Direito penal: parte geral. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2020.

STRATENWERTH, Günther; KÜHLEN, Lothar. Strafrecht. Allgemeiner Teil. 6. Auflage. München: Vahlen, 2012.

TAVARES, Juarez. Direito penal da negligência: um contributo à teoria do crime culposo. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003.

TRÄGER, Ludwig. Der Kausalbegriff im Straf- und Zivilrecht: Zugleich e. Beitr. zur Auslegung des B.G.B. Marburg: N.G. Elwert, 1904.

WEHRLE, Stephan. Fahrlässige Beteiligung am Vorsatzdelikt – Regressverbot? Basel: Helbing & Lichtenhalm, 1986.

WELZEL, Hans. Das deutsche Strafrecht. 11. Auflage. Berlin: De Gruyter, 1969. (Há tradução parcial para o espanhol, levada a cabo por Juan Bustos Ramírez e Sergio Yáñes Pérez. Derecho penal alemán. Parte general. 11. ed. Santiago: Editorial Jurídica de Chile, 1997.)

WELZEL, Hans. Studien zum System des Strafrechts. Zeitschrift für die Gesamte Strafrechtswissenschaft, Berlin, v. 58, p. 491-566, 1939. DOI: 10.1515/zstw.1939.58.1.491. (= Estudios sobre el sistema de derecho penal. In: WELZEL, Hans. Estudios de derecho penal. Trad. Gustavo Eduardo Aboso e Tea Löw. Buenos Aires: B de F, 2007. p. 15-120.)

ZIMMERL, Leopold. Grundsätzliches zur Teilnahmelehre. Zeitschrift für die Gesamte Strafrechtswissenschaft, Berlin, v. 49, p. 39-54, 1929. DOI: 10.1515/zstw.1929.49.1.39.

Publicado

2024-08-23

Cómo citar

MARTELETO FILHO, W. Considerações sobre a proibição de regresso : o problema do comportamento prévio negligente e do resultado dolosamente provocado por terceiro. Revista do Instituto de Ciências Penais, Belo Horizonte, v. 9, n. 1 (aberto), p. 91–115, 2024. DOI: 10.46274/1809-192XRICP2024v9n1p91-115. Disponível em: https://ricp.org.br/index.php/revista/article/view/176. Acesso em: 16 oct. 2024.

Número

Sección

Artigos

Artículos similares

También puede {advancedSearchLink} para este artículo.